Sete em cada dez brasileiros devem ir às lojas comprar mais de quatro presentes

Shoppings e centros comerciais cheios e trânsito intenso em áreas de compras. Este movimento, que tende a aumentar nos próximos dias com a proximidade das compras de fim de ano, é um termômetro do aquecimento do comércio. O assunto é abordado esta semana no programa Encontro com Gabrielli, que está disponível para download no site www.facebook.com/encontrocomgabrielli.

Estudo da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas indica que, até o fim do ano, sete em cada dez brasileiros devem ir às lojas comprar mais de quatro presentes, gastando, em média, R$ 80 com cada um. “Como de costume, tudo deve ser deixado para a última hora. Mas esse é o melhor período para o comércio”, diz o economista e secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli.

De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers, a expectativa é de um incremento de até 15% nas vendas, o que é um reflexo do aumento da renda da população no país. A redução dos juros, por sua vez, também contribui para este crescimento. “Os comerciantes fazem a sua parte e oferecem facilidades, como prazos maiores e melhores condições de pagamento”, acrescenta Gabrielli.

Para atender à demanda, o varejo ampliou os pedidos entre 10% e 20%, em comparação com 3011. Em alguns segmentos, como alimentos, enfeites e eletroeletrônicos, os volumes estão até 30% maiores do que no ano passado. Gabrielli observa que, mesmo com a alta do dólar, os produtos importados continuam sendo uma boa opção para os consumidores, já que os preços não foram reajustados. “Isso aconteceu porque a maioria dos estabelecimentos abasteceu o estoque de importados no primeiro semestre do ano, enquanto a moeda ainda não tinha subido tanto”, explica o secretário do Planejamento.

Mercado de Trabalho - Para a Bahia, além do aquecimento das vendas, o período das festas de fim de ano também é um período bom para o mercado de trabalho. No Estado, chega a 20 mil o número de vagas de trabalho temporário, sendo sete mil delas em Salvador e Região Metropolitana.

Os setores que mais empregam são os mesmos onde há maior procura por parte dos consumidores, como roupas, calçados, equipamentos eletrônicos e artigos de telecomunicação. “Mas o final do ano também requer atenção e cuidado com o quanto se pode gastar”, alerta Gabrielli.

Isso porque, explica ele, os índices de inadimplência tendem a subir depois do Natal, em função de dívidas que não são pagas. Dos cerca de 600 mil baianos que estão com o nome no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC), 38% estão com dívidas em cartões de crédito. Além disso, 21% dos endividados acabaram entrando na bola de neve das contas atrasadas “Porque se descontrolou nos gastos, ou seja, falta de organização e planejamento”, justifica Gabrielli.  

“Este é um momento importante para o comércio e uma época em que reforçamos os laços e confraternizamos em meio à troca de presentes. Mas o melhor é celebrar as festas do final do ano com as contas equilibradas”, recomenda Gabrielli.